[WWW] Nascha "Coruja das Noites" - Chapter 1 - Facing Darkness

21 de Fevereiro de 1863, 9 horas da noite, Arizona, Wilderness.



Uma coruja deu uma rasante. Apareceu do meio do nada e fez uma rasante em um arbusto. Devia estar atrás de sua presa. O grande circulo da vida. O mais forte comia o mais fraco. A natureza sempre foi assim e sempre será. A vida gera novas vidas e tudo continua existindo. Essa era a realidade daqueles campos. Era a vida da floresta. A vida na terra dos antigos espíritos. O deserto era cruel, uma terra que as pessoas do longo leste achavam que só morte havia. Mas estavam errada. Era só vidas que ali haviam. Uma fauna única e radiante. A brisa fria da noite cantava com todas as criaturas que ali viviam. Dês das mais hediondas bestas selvagens até à simplória lesma que rastejava pela grande imensidão de areia.

Essa era a vida ao redor de Nascha. Mas esta estava agora perdida. Não de direção, mas sim de espirito. Onde antes só havia vida agora só restava morte. O imigrante tirou dela o circulo da vida. As trevas eram forte agora. Não havia mais vida, apenas cinzas. O caminho era sinuoso e cheio de dor. Para onde ir quando tudo se está perdido? Haveria mesmo alguma vida no além deserto? Os espíritos pareciam querer ajudá-la. Eles tinham. Nada mais restava, era apenas ela e as areias. Sozinha em um novo mundo. Um mundo cruel. Um mundo onde a noite era perigosa. Onde as trevas se escondiam dentro do coração dos homens. Onde a morte trazia apenas mais mortes.

O vento estava fraco naquela noite. Não havia fogueira para a jovem viajante. Ela sabia que era perigoso fazer uma. E mesmo que não fosse, ela não almejava por uma. Não havia nada que ela quisesse ver. E o frio não a machucava. Não havia mais nada que ela queria fora prosseguir em seu caminho. Deveria haver uma esperança e só isso ela queria. Não era o calor de uma fogueira. Era o calor de uma família. Era apenas isso que ela queria. Apenas isso.

Talvez a falta de uma fogueira foi a melhor das escolhas. O som agora tinha mudado, o ultimo uivo tinha morrido no meio do céu estrelado. Os animas estavam mais calmos. O som que surgia era novo e diferente. Parecia um relinchar de um grande animal puxando algo em rodas. Luzes apareciam não muito longe. Algo estava vindo e vinha de longe. De muito longe. Vinha das terras do outro lado do mar. Estava perto.

O som do bater das assas da grande coruja fez com que Nascha sorrisse mesmo sem vontade, a dor ainda presente em seu coração parecia sufocar toda a alegria que a jovem uma vez possuirá, esta porem se mantinha firme suportando frio da noite, já não havia nada que pude-se machuca-la mais do que já estava.

Sua atenção se volta na direção do relincho despertando a jovem de seus pensamentos, o medo e a curiosidade se chocam internamente fazendo com que esta se levantar e tentar observar pela escura noite quem poderia estar fazendo aquele barulho que estragava a melodia do deserto..

A curiosidade da moça a fez ver o que ali vinha ao longe. Não era algo normal para as altas horas da noite, muito menos para colonos. Poucos andavam no deserto no meio da noite. Deveria haver bons motivos para isso. Eram muitos. Quando seus olhos bateram no horizonte pôde ver todos que se aproximavam. Deviam ser mais de dez carroças puxadas pelo estranho animal grande. Vinham devagar. Mas vinham em sua direção. Lembrava uma linha branca que cortava o grande deserto. A noite perdia sua força com as luzes que estes carregavam consigo. Parecia que queriam espantar os lobos para fazerem viajem segura. Mas a luz era fraca, como se não quisessem chamar muita atenção. Vigias estavam com seus rifles sentados nos topos das carroças. Estavam armados com armas de homem branco. Podiam ser perigo. Eles sempre podiam ser perigo. Estavam perto.

Nascha segura a vontade de correr dentro de si, o medo dominou a jovem de maneira arrebatadora fazendo com que seus joelhos tremessem e sua garganta coça-se com o grito que se formava.

A jovem fecha os olhos tentando se acalmar murmurando baixinho uma antiga cancão de caçada, Nascha sabia que se corre-se poderia ser confundida com algum animal e levar um tiro, mas ficar ali parada era a pior sensação que podia presenciar naqueles dias, esta começa a se mover lentamente enquanto segurava firme a pequena bolsa de viagem que conseguira juntar dos restos da aldeia que um dia fora seu lar, os passos da jovem iam em direção da luz que a caravana emanava, talvez se os homens de pele branca a vissem deixa-sem a jovem seguir sua viagem sem problemas.

A jovem parecia estar aflita, presa dentro dos seus medos de perda e dor. Todavia ela corajosamente andava em direção ao perigo em potencial. Mesmo não havendo outras escolhas, era uma ação difícil para se fazer. A cada passo seu coração batia mais forte. Era um medo irracional, o medo do povo do leste. Seus passos eram pequenos, parecia levar uma eternidade se aproximar do comboio. Cada passo. Mas mesmo assim ela seguiu. Seguiu corajosa até poder ver com mais clareza os homens brancos. Estes estavam em ritmo rápido, pareciam apressados e atentos na estrada. Estavam apostos. Armas nas mãos. Homens de cara feias. Um frio tomou a garganta da moça quando um voz tomou conta do ar frio da noite.

- Who goes there?! Hey guys, someone is coming. Take the rifles.

Spoiler:

A pequena coragem que Nascha havia conseguido reunir, agora parecia desaparecer o simples mencionar das armas de fogo fez com que seus passos vacila-sem, a jovem reune forças para se manter de pé enquanto dizia o mais alto que conseguia sem demonstrar o medo que sentia no timbre da sua voz.

- Is already late for a caravan to continue to travel.

Spoiler:

As palavras pronunciadas em inglês carregavam acentuadamente o sotaque de sua origem, esta respira fundo enquanto continuava a dizer.

- I am not someone who will cause them problems. Just hope the same of you.

Spoiler:

O homem no topo perdeu o equilíbrio por alguns segundo quando ouviu a voz. A pontou a arma por um instante, tentando ver melhor, mas abaixou em seguida. Pareceu aliviado. Então apontou na direção dela dando ordens para cinco pessoas que já estavam fora da primeira carroça.

- Is just a girl. Go there see if there is more. And bring her here. We have no time to wait!

Spoiler:

Assim sendo os cinco homens foram andando com suas armas olhando pela relva e se aproximando cautelosamente da misteriosa mulher. Não pareciam muito confiante. Olhavam o tempo todo para os lados, como se aquilo fosse uma tocaia. O vigia no topo do comboio também estava nervoso. Não parecia que as palavras da moça o haviam acalmado muito. Olhava para longe inutilmente com um aparelho dourado comprido. Os cinco pioneiros se aproximavam.

A jovem estremece ao ouvir as palavras do homem branco, Nascha agora desejava inutilmente ter ficado onde estava, mas forçou seus passos ate entrar no campo da luz que emanava das grande carroças, esta se preocupa com a movimentação daqueles homens, não porque aquilo que fazia fosse uma emboscada mas pelo medo que eles pareciam ter dela e de seu povo assim como ela alimentava o mesmo sentimento.

- I'm alone, just did not want to be confused with some animal and enter the sights of his rifle.

Spoiler:

Apesar de demonstrar toda a coragem que poderia ter, Nascha tremia por dentro por estar tao perto daqueles homens que muitas vezes ignoravam a liberdade e força de seu povo, a leve bolsa de viagem que carregava consigo nunca antes lhe parecera tao pesada conforme esta permanecia sobre a visão do homem branco...

Agora os cinco homens estavam ao redor da moça. Chegavam com duvidas, mas ficaram mais confiantes a medida que percebiam que não havia nenhuma emboscada. Eram todos homens bastante armados. Estavam soados, mas ao mesmo tempo bem vestidos. Parece que a noite tinha sido longa para eles. Já que sentido não fazia em eles estarem andando aquela hora da noite a toda velocidade pelo deserto. O mais velho foi o único que se apresentou.

- We did not want bad, girl. Sorry for the bad presentation. I Guiard, came from the east ...

- Cut that crap. She should not be getting half of what you speak. *Disse o mais alto*

- Well, she speaks our language ... *Retornou a falar Guiard*

- If she is alone as she says, we can bring her inside. Something good for a bad night ... *Falou o que tinha uma barriga mais avantajada*

- You get it if you want. I do not want to touching in this dirty skin. *Disse dessa vez o que segurava duas shootgun*

- Then it is settled ... Bring she inside ... *Retornou a falar o mais alto*

Spoiler:

Ao ouvir a conclusão daquela conversa da qual fora excluída, Nascha da um passo para traz dizendo.

- You can not decide what I should do. I am not playing in the desert with the coyotes.

Spoiler:

Nascha encara o mais velho dizendo:

- I did not bring problems to you guys, let me just follow my way.

Spoiler:

A jovem tentava se manter firme mas era visível o medo em seus olhos ou no leve tremer de suas pernas, a respiração de Nascha antes controlada agora se acelerava juntamente com as batidas de seu coração.

O velho apenas olhou para o longe suspirando e saiu de perto da cena. Parecia não se importar tanto, ou apenas não queria mais problemas para o seu lado. O homem alto também deu de ombros e saiu da cena dando ordens para o comboio voltar a andar. O senhor com duas shootgun também se virou, este com um olhar de repulsa para a moça. Foi o homem que ainda não havia falado, o careca, que a respondeu.

-I think you've seen too much to just let you go. Much less when we can have fun. Branddy grab her.

Spoiler:

E assim sendo o outro homem que ainda estava na cena, o mais obeso, foi na direção da moça com suas mão esticadas. Pretendia segurá-la e arrastá-la para dentro. Os outros homens apenas olhavam de longe enquanto o comboio voltava a andar. Pareciam não importar tanto, mas mesmo assim não a deixariam ir tão facilmente.

Nascha não entendia oque aqueles gestos significavam, afinal assim como eles a jovem também queria chegar em algum lugar, muito embora seus destinos fossem diferentes, mas a necessidade de viajar talvez fossem idênticas.

Ao ver o homem avançar em sua direção Nascha recua tentando abrir uma distancia segura para se virar de volta apara a escura noite, o medo das armas ainda era presente, mas o sentimento de perder sua liberdade e ser usada por aqueles homens ainda era maior do que o medo de ser morta por um tiro..

A jovem se desepera e decidi sair daquela situação. Eles eram homens de longe. As leis deles não eram as mesmas que as dela. Não importavam com o que ela pensava. Se ficasse ali seu destino poderia ser terrível Agora aquela era a terra do povo das trevas e fugir era a única resposta. Deveria de ainda haver um refúgio daquele povo perigoso. Um refúgio das sombras. Correr era a única resposta. Talvez com a escuridão da noite seria fácil se esquivar dos tiros do inimigo. Agora deveria apenas correr, o que talvez deveria ter feito dês do começo.


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Nascha se lança na direção da escura noite como um predador se lançaria contra sua presa, mas a diferença era que para a jovem era sua liberdade que estava em jogo, ou ate mesmo sua vida, o medo de virar apenas um brinquedo nas mãos da queles homens a fazia correr o mais rápido que podia, quem eram aqueles forasteiros que apesar de poucos pareciam ter o poder de brincar com as vidas dos seres a sua volta..

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Como uma verdadeira loba a jovem loba ganha um impulso significativo. Corre criando um vento ao seu redor. Corria como se toda sua vida dependesse daquilo. A grama rasa do deserto passava pelas suas pernas rapidamente enquanto seus passos pulavam pelas pedras do caminho. O caminho escuro não parecia tão desafiador para a fugitiva correndo. Só que a realidade era diferente para os dois perseguidores. Não conseguiram manter o ritmo dela. Mesmo não tropeçando nas pedras escondidas não conseguiram chegar próximo de Nascha. Ela foi ganhando distancia e se afastando no meio da noite. Foi então que ouviu tiros sendo disparados. Algum até poderia acertá-la. Era perigoso. Mas tudo ali era perigoso.

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Mesmo ganhando terreno a jovem não diminuiria seus passos, estes pareciam lhe mostrar que apesar de tudo ainda estava viva e precisava permanecer assim.

O som dos disparo vez com que a jovem se joga-se no chão, o medo das armas de fogo a fizeram soltar um pequeno grito do medo, Nascha faz com que seu corpo rasteja-se pelo chao cheio de pedras do deserto a sua volta, esta se levanta depois de alguns instantes enquanto voltava a correr..

" Não são homens são monstros sem coração..."

Quando a jovem se levanta sente uma terrível dor ardendo pelo seu braço. Parecia que havia perdido todo ele. Era uma terrível e ardida dor. Só que era apenas um raspão, todavia para quem nunca sentiu o chumbo na pele era a pior das sensações possíveis. Aparentemente o atirador de cima da carroça era um ótimo e terrível atirador. A ameaça dos homens brancos era maior do que ela imaginava. Ficar ali poderia realmente ser sua sentença de morte. Aquele povo não parecia nunca cansar de trazer destruição. Mesmo quando pareciam fugindo e cansados. A dor era tudo que eles conseguiam criar. Até para eles mesmo. Um dia todos eles se matariam. Mas até esse dia a terra mãe iria sangrar. E sangrar muito, como agora sangrava o braço da moça que caiu de novo ao chão. Por sorte estar no chão a ajudava a não ser vista pelos seus caçadores. eles não tinham uma boa visão no escuro como o atirador da carroça. Estavam a procurando na direção errada.


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Nascha tampa a boca com a mão abafando o som do gemido que soltara ao sentir a ardência de seu braço, esta fica deitada por alguns instantes antes de voltar a se levantar, um gemido baixo escapa de seus lábios quando esta colocou a mão em cima da ferida para estancar o sangue quente que corria por esta.

A jovem olha para traz de relance enquanto forçava seu corpo se movimentar novamente, enquanto tentava nao pensar em mais nada do que apenas sair daquele lugar o mais rápido possível.

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Parecia que Nascha estava conseguindo se manter longe dos homens. Estes estavam agora longe e pareciam estar a desistir de procurá-la. As carroças já estavam todas em movimento, incluindo a do atirador que lhe causou tamanha dor. Olhando naquela direção deu para a loba sentir uma estranha sensação. Era algo medonho e tenebrosos. Um cheio podre, mais que podre, repugnante, era emitido por aquela pessoa no topo da carroça. Estava claro que seja lá o que fosse não era humano. Era algo criado pelas trevas, trevas essa que chegava cada vez mais forte naquela terra. Sua granda pistola e rifle destacavam em suas costas manchadas pelo sangue, o cheiro deste era evidente também. O povo que ali caminhava deveria estar todo a mercê daquele ser. O cheiro de cinzas que a garou também sentia a levava a achar que o lugar ao qual eles estavam ardeu em chamas. Fazia sentido catástrofes ocorrer com um povo que vivia tão perto de um demônio como aquele. Deveria este estar levando todos eles para a morte, ou corrompê-los para sempre. E mais tarde restaria para seu povo sofrer tal terrível destino. Felizmente para Nascha sua perseguição parecia estar acabada e esta podia relaxar um pouco finalmente.

Nascha deixa que seu corpo caia em meio a escuridão do deserto, o cheiro de sangue fumaça e podridão fizeram a jovem enjoar, o corpo quente de Nascha tremeu em meio ao frio do deserto, esta segurou com mais força o ferimento sentindo o sangue escorrer por este, a sensação do vazio agora parecia dominar a mente desta, estava viva afinal mas isso não melhorava as coisas ou as tornava mais fáceis.

Esta deixou que o frio a domina-se enquanto se encolhia encarando a imensidão o deserto..

22 de Fevereiro de 1863, 6 horas da manhã, Arizona, Wilderness.



Com um grito de uma águia o dia havia finalmente amanhecido. Os olhos de Nascha ainda estavam abertos. Se ela chegou a dormir aquela noite é difícil de se dizer. O ferimento já não doía mais e o frio da noite foi sequer sentindo. O seu coração ainda não havia parado de bater rápido. Foi uma terrível experiencia que teve na noite passada. A presença cheia de trevas, os colonos, as armas de fogo... Todos eles tinham partido e deixado nada para trás, apenas uma menina assustada no meio de um deserto que acordava para um novo dia. Um novo amanha. A jornada seria longa, para as montanhas do norte ela deveria seguir. Era para lá o caminho do grande espírito lobo. Seria um caminho perigoso pelo deserto, outros homens brancos poderiam ser encontrados. aquela criatura embebedada em trevas ainda estava a solta. Mas a conclusão daquela tarefa seria tão recompensadora que nenhum desses perigos a importunava agora. Se quisesse chegar até seu destino, ou apenas ver mais uma linda alvorada, ela precisaria ter coragem. A coragem que ela não mostrou na noite passada precisaria estar em sua pele nos dias que virão. Ou o seu futuro seria igual ao de seus tão amáveis familiares. Era um caminho perverso que o deserto reservava para ela. Mas a natureza era sempre recompensadora. Talvez tenha sido por isso que uma pequena raposa a olhava de perto. Como se a tivesse analisando.